quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Marina diz que vai apoiar candidato que aceitar suas sugestões.

A senadora Marina Silva, que disputou a Presidência da República pelo PV, anunciou nesta quarta-feira (6) em São Paulo que fará uma reunião amanhã à noite com a coordenação nacional de seu partido para formular propostas de governo que serão entregues a José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), os candidatos que estão no segundo turno.
A ex-ministra do Meio Ambiente disse que seu apoio deve ser dado ao candidato que, de fato, apoiar suas sugestões. O encontro com a cúpula do PV está marcado para as 19h desta quinta-feira (7) na capital paulista.
- Amanhã à noite teremos uma reunião da comissão política nacional. Já está instalada uma equipe para isso. A coordenação vai acrescentar as propostas e em seguida elas serão apresentadas para a sociedade.
A ex-candidata negou que sua escolha se baseará em uma negociação de cargos com o PT ou PSDB. Marina lembrou que seu partido se comprometeu a cumprir a decisão de fazer uma convenção que autorizaria que as minorias divergissem, o que abriria espaço para que ela tome uma decisão diferente dos correligionários.
- Nós teremos um processo democrático, baseado em programa. Sob hipótese alguma na velha política de disputa de cargo. [...] o que a gente quer é que [...] as campanhas do segundo turno se comprometam com [pelo menos parte do nosso] programa de governo.
Ela também negou que o PV esteja dividido, já que Fernando Gabeira (que perdeu a disputa pelo governo do Rio de Janeiro) declarou voto em Serra. No primeiro turno, ele trabalhou por Marina, mas também cedeu palanque ao tucano.
- O partido não manifestou posição. [...] [Espero que ] a minha decisão [de apoio] [...] possa convergir com a decisão minha, do partido e com as alianças sociais de um novo tipo que fizemos.
Marina disse que vem acompanhando as manifestações de parte de seu eleitorado que espera por sua neutralidade.
- Tenho consciência, sei que as diferentes escutas estão dando sua opinião e eu estou escutando. [...] Temos de viver um processo de amadurecimento.
A ex-ministra do Meio Ambiente, que recebeu 20 milhões de votos no primeiro turno, ressaltou que sua escolha não vai se basear em “algo declaratório”, mas em como suas propostas “serão internalizadas” pelos outros dois candidatos que seguem na disputa pela Presidência.
- É uma segunda chance para todos nós. Temos de fazer uma leitura do que aconteceu. Eu disse que teríamos de quebrar o plebiscito, que não haja embate, mas debate. É possível que isso seja feito agora.
Ao dizer que não tem a pretensão de achar que Dilma e Serra adotem todo seu programa, ela mandou um recado aos seus eleitores.
- O meu diálogo com a sociedade é que ela observe com cuidado, porque estamos no processo eleitoral pela segunda vez.
Marina aproveitou para alfinetar os ex-adversários, dando pistas dos motivos pelos quais ainda se mantém neutra.
- Quem tinha tempo de televisão não tinha proposta, e quem tinha proposta não tinha tempo de televisão. [...] Façamos um processo de forma abrangente [...] porque até agora nenhuma candidatura tem um programa de governo. Eles continuam no mesmo lugar. [...] Não dá para querer ser presidente sem ter um programa para o país


Leia mais: http://tudoglobal.com/blog/capa/81271/marina-candidato-que-quiser-meu-apoio-tera-que-incluir-minhas-ideias-em-programa-de-governo.html#ixzz11dhiXRcU

sábado, 2 de outubro de 2010

Ibope mostra Dilma com 51% e abre possibilidade de segundo turno na disputa presidencial

     Pesquisa  divulgada neste sábado, 2, mostra a candidata Dilma Rousseff aparece com 51% dos votos válidos (fora brancos, nulos e indecisos) e abre a possibilidade de segundo turno na disputa presidencial. Como a margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos, ela pode ter 49% ou 53%. José Serra (PSDB) aparece com 31% e Marina Silva, com 17%.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A compra de voto, hoje

A compra de voto ainda é uma realidade nas eleições brasileiras. A observação empírica confirma que as eleições são caracterizadas por uma intensa negociação de bens materiais, favores administrativos, e promessa de cargos. Sendo uma prática antiga, ela ocorre dentro de determinados padrões recorrentes. Pode ser organizada por integrantes da própria máquina de campanha do candidato (distribuição de cestas e bens pelo candidato), por correligionários independentes que, com recursos próprios ou de terceiros, conseguem comprar votos para um candidato (por exemplo médicos que dão atendimento gratuito) ou por cabos eleitorais, que profissionalizaram a negociação dos votos. Estes últimos estão geralmente ligados a um representante político municipal, e atuam como uma espécie de intermediário permanente de serviços públicos e outros favores. A dificuldade da interface entre a administração e o cidadão e o caráter opaco dos órgãos públicos são a base para este facilitador que, ao contrário dos outros agentes, atua não só no período eleitoral mas de forma permanente, mesmo em anos em que não há eleições.
Obviamente, a prática da compra de votos se depara com a questão prática de garantir que o eleitor cumpra a contrapartida e vote no candidato indicado. No contexto do voto secreto há basicamente dois tipos de soluções: uma mais técnica e outra mais social. No primeiro caso, o candidato ou seu representante procuram acessar de várias formas a informação sobre o comportamento eleitoral, detectando assim os traidores6. Com a modernização do processo de votação, as possibilidades para soluções técnicas tornaram-se mais estreitas. Outra forma de resolver a incerteza quanto ao comportamento do eleitor é pela construção de uma relação de confiança, ou de um compromisso moral, compensando desta forma a falta de mecanismos de sanção. Como em outros arranjos corruptos, as redes de clientelismo permanentes, baseadas em relações pessoais a longo prazo (como as do intermediário profissional) revelam-se mais eficientes contra possíveis traições comparadas a arranjos corruptos baseados em uma relação de troca a curto prazo. Assim, os cabos eleitorais geralmente estão convencidos da superioridade do seu trabalho, em termos de eficácia, sobre as investidas meramente monetárias e pré-eleitorais dos organizadores da campanha eleitoral.

fonte :
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-62762003000100006&script=sci_arttext